Já faz tempo que se enfatiza a higienização correta das mãos, especialmente ao utilizar banheiros públicos, tornando-se cada vez mais importante com o início da pandemia da covid-19. Porém, isso também trouxe uma preocupação que antes não recebia muito destaque: devemos usar o secador automático de jato de ar ou toalhas de papel para secar as mãos?
Estudos internacionais já foram realizados e apontaram que usar secadores de jato de ar é a forma menos higiênica para secar as mãos, além disso, dispersam partículas infecciosas pelo ambiente e aumentam consideravelmente o risco de contaminações e o acometimento de diversas doenças, principalmente as respiratórias.
Para ajudar você a entender melhor isso, vamos explicar como o secador de jato de ar age, por que as toalhas de papel descartáveis são a melhor opção para secagem e esclarecer alguns mitos com relação à higienização das mãos.
Secador automático de jato de ar para secar as mãos em banheiros públicos não é recomendado
Como mencionamos, o secador automático de mãos não é a opção mais higiênica para secar suas mãos. Os banheiros públicos também devem seguir as normas da vigilância sanitária para proteger a saúde de seus usuários. Vejamos, a seguir, alguns dos motivos que levam o secador automático de jato de ar não ser recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Possuem alta concentração de bactérias
Para comprovar isso, estudos foram feitos em banheiros de hospitais da Europa e em 52% dos secadores testados foram encontradas bactérias coliformes em seu interior, podendo haver até 48 vezes mais bactérias do que uma tampa de vaso sanitário, segundo estudo Eurofins-Inlab (2012). Dessa forma, os banheiros que utilizavam um secador automático apresentavam uma concentração bem maior de bactérias por todo o seu ambiente do que aqueles que utilizavam apenas o dispenser com toalhas de papel descartáveis.
Espalham bactérias e vírus pelo ambiente
Outro fator muito importante a ser analisado é que o secador automático de jato de ar, pela sua própria natureza, tende a espalhar a sujeira e os patógenos pelo ambiente e para as superfícies mais próximas. Estes aparelhos chegam a dispersar 1.300 vezes mais partículas de germes em comparação às toalhas de papel, podendo alcançar uma distância de 1,98 m e permanecerem no ar por até 15 minutos, segundo artigo da Revista de Microbiologia Aplicada, 120 (2016).
Considerando que o número de pessoas que passa pelos banheiros públicos costuma ser alto, é provável que haja algumas infecções decorrentes deste contato. Mesmo que a limpeza nos banheiros seja frequente, o risco ainda é muito grande, porque não há como desinfetar o interior desses equipamentos.
Aumentam a concentração de umidade no ar
Espaços com muita umidade tendem a reter mais toxinas e microrganismos nocivos, além de mantê-los vivos por mais tempo. Considerando que o método de secagem empregado pelo secador automático é uma corrente de ar aquecida, isso faz com que a umidade das mãos evapore e permaneça pelo banheiro.
É normal que este espaço seja mais úmido. Porém, com a implantação dos secadores, isso pode atingir níveis bem mais elevados, o que contribui para o acúmulo e a proliferação de fungos e bactérias, afetando muito mais aquelas pessoas com históricos de alergias e doenças respiratórias.
Por que usar toalhas de papel descartáveis é a opção mais higiênica?
O secador automático de jato de ar pode aumentar as bactérias dos dedos em até 42%, segundo estudo da Eurofins-Inlab (2012). Por outro lado, secar as mãos com toalhas de papel descartáveis pode reduzir em até 77% as bactérias nas mãos, segundo outro estudo realizado pela Universidade de Westminster (2012).
Utilizar toalhas de papel é o método de secagem das mãos mais adequado, de acordo com o recomendado pelas Diretrizes Globais para a Lavagem das Mãos da OMS. Alguns dos principais motivos para isso veremos a seguir.
Descarte seguro de vírus e bactérias
Quando as mãos não são bem lavadas, é provável que permaneça ainda grupos de vírus e bactérias nelas, os quais ainda podem provocar infecções. E o que o secador automático faz é pulverizá-los pelo ambiente. Já as toalhas de papel, por sua vez, absorvem a umidade das mãos e removem quaisquer patógenos remanescentes. Eles são descartados com o material, diminuindo as chances de causarem novas contaminações.
Eficácia na secagem das mãos
Uma discussão comum é com relação à qualidade da secagem das mãos. Na prática, as toalhas apresentam um desempenho maior na hora de secar as mãos, uma vez que secam mais rapidamente e de forma eficiente e segura, tanto para quem seca as mãos quanto para quem usa o banheiro. Esse método é preferido por 90% das pessoas, segundo a Universidade de Westminster.
Mitos e verdades sobre lavagem e secagem de mãos em banheiros públicos
Mesmo sendo um tema cada vez mais recorrente, a higienização correta das mãos ainda gera várias dúvidas. E, em alguns casos, não ter a informação certa pode diminuir suas chances de estar protegido contra muitas doenças. Vejamos algumas dúvidas comuns.
Sabonetes matam os germes?
Não exatamente. Para garantir a melhor higienização, incluindo a eliminação do novo coronavírus, é necessário que seja feita uma lavagem adequada, por pelo menos 60 segundos. Isso quer dizer, lavar toda a superfície das mãos, como a palma, o dorso, as pontas dos dedos e entre os dedos. Simplesmente passar o sabão não é o suficiente para garantir a limpeza.
É preciso secar as mãos após a lavagem?
Sim. Secar as mãos com toalhas de papel é primordial para retirar tanto a umidade das mãos, fator responsável pela proliferação de fungos na pele, quanto qualquer outro microrganismo remanescente, como vírus e bactérias, de forma eficiente e segura.
A maioria das pessoas não lava as mãos corretamente?
Verdade. Estima-se que 10% das pessoas no mundo não lavam as mãos depois de ir ao banheiro, sendo que 95% das pessoas não lavam corretamente, ou porque não dão a devida atenção ou porque fazem de forma corrida. E isso é muito perigoso para a saúde.
Secar com papel é prejudicial ao meio ambiente?
Mito. Toalhas de papel descartáveis são produzidas com madeiras de florestas autossustentáveis, ou seja, sem usar madeiras de florestas nativas, de modo que os efeitos ambientais sejam mínimos, além de serem materiais biodegradáveis. Já os secadores possuem um alto consumo de energia elétrica, o que gera impactos ambientais negativos.
Agora que você entende por que o secador automático de jato de ar em banheiros não é a opção mais higiênica e sustentável, dê preferência à secagem das mãos com toalhas de papel. Isso ajuda na prevenção de doenças, como a covid-19, e contribui no combate de pandemias.
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